Desclassificado da etapa de Cascavel por utilizar um componente proibido pelo regulamento técnico, de acordo com os organizadores da competição, Alecsandre Brieda resolveu desabafar sobre o episódio que, segundo ele, o fez pensar em abandonar o Campeonato Brasileiro de Motovelocidade.
Quarto colocado na corrida paranaense, realizada no dia 19 de outubro, o atual campeão da categoria Hornet recebeu uma punição por ter usado uma manta de amianto enrolada no escapamento de sua moto.
Por ser reincidente, “Doca”, como é conhecido, foi eliminado da prova decisiva, agendada para novembro em Interlagos, ficando desta forma impossibilitado de lutar pelo bicampeonato na classe de 600 cilindradas. O piloto, no entanto, entrou com um recurso para tentar mudar a sentença.
“Fui punido indevidamente pela direção de prova. Não há alteração técnica no quesito escapamento, uma vez que houve colocação de manta de amianto por questões de segurança, visando à segurança do freio traseiro — que fica exposto a altas temperaturas do cano da ponteira do escape — e à integridade física do piloto”, afirmou Doca.
“No ano passado houve casos em que o flexível derreteu e com isso a motocicleta ficou sem freio traseiro. Na categoria Hornet, 70% das motos utilizam este amianto para segurança e que deveria ser obrigatório para todos os pilotos, mas acredito que por um grande equivoco e pressão de outra equipe que elaborou o protesto ocorreu a desclassificação”, prosseguiu.
“No parque fechado, onde foi realizada a vistoria nas cinco primeiras motos, outras duas motos de numeral 100 e 4 também se encontravam com proteções no escape. A moto 100 tinha proteção de carbono e a 4 de amianto. Tudo isso pode ser confirmado pelo vídeo da corrida e até mesmo por fotos de profissionais que cobrem o evento”, lembrou Doca. As motos referidas pertencem aos pilotos William Pontes (4) e Carlos Cruz (100), segundo e terceiro colocados em Cascavel.
“A vistoria técnica deveria ser realizada por uma pessoa neutra e sem nenhum tipo de vínculo com equipes ou federações. O que se vê hoje é um favorecimento a alguns pilotos e equipes e uma certa perseguição a outros pilotos, que acredito ser o meu caso, já que fui punido por item que havia em outras motos e sendo um item bem visível, que em momento algum foi mencionado pelo vistoriador técnico”, criticou.
“Também vale ressaltar que o vistoriador técnico e um dos membros do júri são da mesma cidade, Brasília, mesmo local em que reside o piloto favorecido com a minha desclassificação”, alertou o piloto, que se disse extremamente decepcionado com o episódio.
“Quando soube da decisão fiquei muito decepcionado e até mesmo com grande desânimo, pelo fato de me dedicar anos e anos da minha vida a este esporte que sempre fui apaixonado. Conquistei vários títulos na motovelocidade e todas essas conquistas foram reflexo de muito trabalho e dedicação”.
“No momento, pensei em até parar de competir, mas ao refletir melhor, estou encarando isso como um grande desafio e já encaminhei um recurso à comissão disciplinar, que é o Júri superior à comissão de prova, porque não aceito esta decisão arbitrária e equivocada”, completou.
A última etapa do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade será disputada no dia 15 de novembro, em Interlagos.
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